Ata de 8 de Setembro de 2008

Olá, Queridas Mães!

Tivemos mais um encontro muito gostoso!!
Desta vez o tema principal foi a volta ao trabalho, depois que acaba a licença maternidade.

A Tarsila compartilhou conosco a decisão de sair do escritório onde trabalhou por 8 anos. Esperando assim poder ficar mais presente na vida dos filhos, do marido e buscar um caminho com atividades que ela acredita serem mais relevantes para as pessoas ao redor dela. discutimos como é difícil administrar o tempo em casa, como parece que não sobra tempo pra fazer nada além da rotina. Com isso também falamos sobre a cobrança da sociedade, e nossa mesmo, quanto à carreira onde estamos deixando de investir. Talvez, mais tarde, voltar a exercer a profissão seja uma tarefa cruel e cheia de obstáculos pelo tempo que passamos afastadas. Será que isso é real ou só lenda para nos pressionar a cumprir jornada tripla de trabalho?

Gente, é difícil mesmo! Mas o mais interessante é que esse processo não é igual para todas! Muitas se sentem culpadas por deixar o filho em casa ou nas creches. Outras estão felizes em voltar a ativa, pois isso lhes dá novo animo, como se fosse uma retomada de si mesma.

Para quem opta por ficar mais tempo com a criança, abandonando seu emprego, o desafio é outro! Como tornar o tempo que se passa com a criança o mais gostoso e saudável possível, sem entrar numa rotina cansativa onde a mãe acaba perdendo a paciência com tudo que a criança faz. Eis a questão! A divisão do tempo para essas mães é muito importante! Deve-se separar tempo para os filhos, para o marido e para si mesma! Para si mesma, nem que sejam 2 horinhas por dia! Ir fazer uma ginástica, um curso, ir ao salão de beleza, ou mesmo que seja ficar em casa, quieta, lendo um livro... Enfim, fazer momentos de pausa para respirar um pouco da atividade de mãe é muito saudável! Mãe feliz é criança feliz!

Para as que optam e/ou tem que voltar ao trabalho, a rotina se torna uma jornada tripla! Tem que dar conta do trabalho e da casa todos os dias! Chegar em casa e ainda ter disposição e alegria para cuidar dos filhos até a hora deles irem para cama. Por mais que seja, muitas vezes, difícil por conta do cansaço e do estresse, deve se levar em conta que é necessário e pode ser muito agradável e relaxante cuidar dos filhos. Pense que são apenas um par de horas com a criança e que elas devem ser as mais gostosas do dia.

Atividades com os filhos:
Escolha coisas que possam fazer juntos, como brincar em família, ler um livro, fazer um desenho de como foi o dia, tomar banho juntos.... Dá pra descobrir umas brincadeiras que as crianças adoram e que não exigem tanto esforço físico ou mental dos pais como, montar uma cidade ou torres com blocos de madeira, esconde-esconde (se você se esconder direitinho garante um tempo de sossego pra si e diversão garantida pro filhote)...

O que não vale é colocar a criança em frente à TV só porque você chegou em casa de cabeça quente e não ta afim de papo com ninguém. Esquece esse recurso! Assistir à TV um pouquinho, no final de semana, não tem problema, desde que seja um programa adequado à idade dela e que de preferência que você já tenha visto antes e fez a censura. Mas que a TV tome conta das únicas horas em família isso realmente não dá e é um desperdício de tempo e qualidade dos relacionamentos. Fala pro maridão que futebol e jornal nacional só depois que a criançada estiver na cama. Até lá vocês vão ter sim que rebolar e encarar a responsa de serem pai e mãe, daquele serzinho que se nutre da nossa atenção e dedicação. É pouco tempo minha gente, e vale à pena!!!

Vida conjugal!
Se o casal não vai bem, a família não fica bem! Depois que os filhos nascem, a vida do casal muda muito! As conversas que antes passeavam por diversos assuntos, passam a ser os filhos, as contas para pagar, a escolinha......
Não deixem isso acontecer! Reservem tempo para o casal! Isso não precisa ser combinado, mas às vezes é o único jeito! Então toda quinta a noite é o momento do casal! Jantar fora, namorar, enfim, o quiserem fazer juntos. E umas férias sem as crianças por ano também são merecidas. Por mais que a gente sinta saudades dos filhotes, quando voltarmos, estaremos com as pilhas carregadas e com o relacionamento cor-de-rosa. Um final de semana já é o suficiente. Tente organizar com os avós e por isso em pratica.

Licença maternidade de 6 meses:
Ainda sobre a volta ao trabalho, já está em vias de ser aprovada a lei de licença maternidade de 6 meses para as funcionárias públicas, para as privadas a lei só entra em vigor a partir de 2010! Isso é uma vitória! Resta saber como vão reagir os empregadores.
Mas uma outra lei, diz que "os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado, onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período de amamentação". Gente, temos que fazer valer essa lei!!!

Brinquedos:
Prestar atenção ao tipo de brinquedos que oferecemos aos nossos filhos! Os brinquedos devem ser estimulantes dos sentidos das crianças, além de possibilitar que a criança aja criativamente com eles. Objetos de brincar não são necessariamente brinquedos. Pedaços de tecidos, toquinhos de madeira, fitas coloridas, são exemplos de brinquedos que estimulam a criatividade da criança e ativam seus sentidos.

Cuidado com a TV:
A televisão acaba minando a criatividade, a vontade das crianças, por oferecer imagens prontas que têm de ser digeridas posteriormente. Existem muitos estudos relacionando hiper-atividade à TV. A criança fica parada por muito tempo ingerindo uma batelada de estímulos sem reagir a eles. O corpo todo dela se permeia com aquele som, imagens, luzes, velocidade, mas exteriormente nada acontece. Depois que a TV é desligada aqueles estímulos precisam ser digeridos e trabalhados pela criança que não vai conseguir fazê-lo de forma harmoniosa e eficiente. Ela fica como uma bomba, cheia, prestes a explodir de tanta coisa dentro de si querendo ser colocada pra fora. Por isso ficam ligadíssimas, têm dificuldade de dormir, ficam agressivas, hiper-ativas. Fora os sentidos que são minados por não serem estimulados, a imaginação se torna pobre... É duro ver todos estes problemas. O mais estranho é que ele ocorre em todas as classes sociais, as crianças assistem muita TV e brincam pouco. Que adultos estamos formando?

Ilustramos isso muito bem com a história de Kasper Hausen. Se tiverem a oportunidade leiam é muito incrível. Essa criança era muito especial e alguns sabiam disso. Era preciso acabar com ela para que não cumprisse seu destino, mas não podiam matá-la. Então a trancaram com 2 anos de idade num cubículo de uns 80 cm de altura sem janelas, apenas com um cavalinho de madeira. Tinha uma portinhola por onde traziam comida sem gosto enquanto ela dormia. Ela nunca teve contato com a luz do sol, ouviu a voz humana, ficou ereta, viu um rosto, cores, sons, nem andou, etc. Já adolescente então ela foi libertada mas estava completamente inabilitada como ser humano. Nunca se recuperou, aprendeu a falar um pouco, mas quando isso estava começando a acontecer ela foi assassinada. Essa história mostra como é possível podar a vida de uma pessoa se não dermos a ela possibilidades para que enriqueça suas ferramentas. O índio enxerga uma infinidade de tons diferentes de verde, o esquimó a mesma infinidade de brancos. Se trocarem de lugar é bem provável que o esquimó identifique uma dúzia de tons de verde, e assim acontecerá também com o índio no Pólo Norte. Os sentidos das crianças é tão rico quanto os estímulos que dermos para elas, isso nos primeiros anos de vida. Depois eles não absorvem mais nada. Por isso a importância de escolhermos bem os brinquedos e atividades dos nossos filhos. Um pedaço de madeira rústica tem uma infinidade de cores, e um calor, e textura, e peso, e cheiros, que não se comparam a um cubo de plástico. Vamos dar uma olhada no baú de brinquedos de nossos filhos?

Podemos pensar para o próximo encontro que materiais deveríamos oferecer para esse baú de brinquedos!

Cuidados excessivos:
Também falamos sobre os cuidados excessivos com as crianças. Ficar rodeando a criança o tempo todo e ficar falando pra ela: "olha, você vai cair, vai cair, vai cair" - "vai machucar, vai machucar, vai machucar" - "cuidado, cuidado, cuidado". Em primeiro lugar a criança pequena não tem idéia do que você esta falando, em segundo ela quer experimentar o mundo. Se a gente poda ela de ter estas experiências, inclusive de se machucar um pouco, como é que ela vai aprender a se virar sozinha? A mensagem que passamos para ela é de que ela não consegue fazer as coisas por si própria, que é incapaz. Isso não produz auto-estima!!! Falamos demais, muita teoria e explicação sem sentido para a criança. É bom a deixarela entender sozinha do que é que nós estamos falando. A criança que se sente apoiada e vence os medos, e os obstáculos, sai feliz da vida, confiante de si. Vale à pena lembrar que a criança tem sim um anjo da guarda poderoso, apelem pra ele e menos para a palavra "Não".

Tem muito mais coisa que trocamos no encontro, mas é impossível relatar tudo por aqui, ia dar um livro. Não, na verdade cabe num blog. E é isso mesmo que vamos fazer, em breve poderemos ler todas as nossas trocas em blog todo nosso!!! Gostaram da idéia?

No próximo encontro podemos falar também sobre as opções de escolas e creches. As linhas pedagógicas, etc.

Próximo encontro esta marcado para 13 de outubro às 20h30minhs na casa da Tarsila. Anotem já nas agendas e organizem os baby-sitters (papais, vovós, titias, vizinhas, babás... só não vale o anjo-da-guarda, pois este precisa dormir um pouquinho)


Um grande abraço,

Emilia e Tarsila