terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Casal x Família
Ata Grupo de Mães - 04 de fevereiro de 2009
Olá, Queridas Mães!
O tema do nosso último encontro, foi como melhorar a qualidade de vida da família quando está tudo uma verdadeira desordem, um verdadeiro caos!
- Mamãe está esgotada, mal cuidada e se sente péssima consigo mesma.
- Papai não assume as responsabilidades com as crianças da maneira que a mamãe gostaria.
- Mamãe critica papai por isso.
- Papai cobra mamãe porque a casa está uma bagunça e porque as crianças ainda não estão na cama.
- Filhinhos sem ritmo, sem hora para dormir, sem hora para comer, sem hora para nada!
- Mamãe e papai não namoram mais, pois esse dia-a-dia transformou o relacionamento deles num saco.
Gente, todos os casais com filhos passam por isso! Não tem jeito de não passar... A diferença é que alguns casais enfrentam crises mais graves e demoradas e outros menos. Mas é normal e a única saída é a conversa, o diálogo, sem criança para atrapalhar, sem criança para ouvir o que não deve. Esse momento é para colocar o barco no rumo certo, e mais, deixar claro que os dois estão no mesmo barco, e que esse barco depende exclusivamente dos dois para não naufragar!
As funções maternas e paternas exercem papeis diferentes perante a criação dos filhos.
Funções Maternas:
- Acolher
- Alimentar
- Proteger
Funções Paternas:
- Por limites, cortar o cordão umbilical
- Agir com firmeza
- Estabelecer regras
Mas todos esses papeis na verdade são dos dois para que exista equilíbrio. A troca dos papeis é importante, para que não exista uma função fixa de um e de outro e se cobre essas funções caso não sejam exercidas. E o pai não vire um monstro e a mãe a boazinha. O pai e a mãe devem assumir todos os papeis, juntos.
Organizando o Caos:
- Mamãe precisa de umas férias. Sair um fim de semana sem marido e sem criança vai dar um novo gás nas relações do casal e da família. E deixar o pai mais próximo das crianças, conhecendo e dando valor ao trabalho doméstico.
- Uma tabelinha com todos os horários da criança pode ajudar a organizar a vida na casa. Hora das refeições, hora de passear, hora do banho, hora de ir para cama. Mesmo as tarefas domésticas como ir ao supermercado, dar banho no cachorro, pagar contas, cortar a grama, podem entrar nessa tabela e serem divididas para que ambos as assumam e revezem.
- Papai e mamãe precisam resgatar o que existia entre eles quando não havia criança. Coisas que gostavam de fazer juntos, voltem a fazer! Talvez encontrar uma outra atividade que seja diferente, só dos dois, como uma aula de dança, por exemplo.
- Mamãe precisa ter pelo menos 2 horinhas por dia em que está fazendo algo por ela e para o bem estar dela. O papai também merece e precisa dessa folga consigo mesmo.
Essas dicas podem não resolver todas as questões que envolvem uma dinâmica familiar, mas podem ajudar e muito!
Quem quiser dar seu depoimento depois, temos certeza que vai ser de grande valia para as outras mamães em crise.
Um grande abraço,
Emilia e Tarsila
Vejam esse texto bem interessante sobre o assunto casal x família, do Dr. Aranha – pediatra Antroposófico, para revista Pais&Filhos:
“Se não forem respeitadas as “fronteiras” entre a intimidade do casal e a relação com os filhos, o casamento pode “azedar”.
...A situação fica complicada quando um dos cônjuges começa a sofrer com o fato de a intimidade do casal “ter ido para o espaço”. Afinal, eles não ficam mais a sós, e quando ficam estão esgotados; nunca mais viajaram romanticamente ou jantaram à luz de velas desde que se tornaram pai e mãe. Será que para sermos pais dedicados e amorosos temos de abdicar da intimidade e envolvimento prazeroso de um casal?
Na união de duas pessoas, cria-se um terceiro elemento, que é o casal, onde são depositadas muitas expectativas, planos, segurança e afetos. Um casal “vivo”só permanece assim mantendo uma intimidade própria e impenetrável a qualquer outra pessoa, inclusive os filhos. Assistir e respeitar essa intimidade é uma escola para os futuros relacionamentos das crianças.
Quando isso acontece, nós, pediatras, passamos a acompanhar o sofrimento da família. O pai torna-se muito seco, agressivo e fica cada vez mais fora de casa. A mãe fica frustrada com a pouca participação do pai em casa e torna-se superprotetora, e quanto mais superprotetora, mais o pai fica agressivo e a criança, com medo. A indiferença dentro do casal vai aumentando e assim chega a ser um alívio quando o filho fica entre eles na cama ou nos passeios. Mesmo nos momentos que estão a sós, esses casais trazem o filho como único assunto mais íntimo. A criança sente a angústia dos pais e se oferece em sacrifício, ficando acordada até altas horas e indo cedinho para a cama deles, que acabam, sem perceber, usando o filho como escudo, pois têm medo de ficar sozinhos em contato com o “buraco” da relação.
Parece, nesses casos, que a relação pais e filho ocupa o mesmo espaço da relação homem e mulher, na qual as expectativas de afeto são transferidas de uma relação para outra, sem distinção. A única solução parece ser a separação da família, em vez de fazer a devida separação dentro da família. Por isso, a importância de estabelecer fronteiras, onde cada um tenha o seu espaço e seu papel. Onde o casal possa coexistir e crescer, junto com seus filhos.”
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Um comentário:
Adorei o blog de vocês e convido para conhecerem o nosso: www.mamiferas.blogspot.com
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