terça-feira, 15 de junho de 2010
Ferias Solidárias!
Queridas Mães, queridos Pais,
organizo uma colônia de férias antroposófica para crianças carentes da periferia de São Paulo. São cerca de 100 crianças participantes.
Estamos há 6 anos com esse lindo trabalho, que tem surtido um efeito maravilhoso em muitas crianças (algumas inclusive já são até monitores nas colônias).
Esse trabalho depende de monitores e ajudantes voluntários, e da doação de alimentos, material de limpeza, e dinheiro que todos nós podemos oferecer.
Não temos nenhuma empresa bancando essa iniciativa. Ela é fruto do trabalho e envolvimento de cada um de nós e depende disso para acontecer.Para viabilizar essa colônia não existe doação pequena, todo oferecimento é bem-vindo e muuuito útil.
Por isso escrevo pedindo seu envolvimento. Quem quiser saber mais sobre esse trabalho acesse http://www.feriassolidarias.org/
Quem quiser doar dinheiro (que também é muito necessário para viabilizar o transporte e outros gastos) poderá fazer um depósito na conta do grupo.
Dados para depósito:
Banco Itaú (341)
Agência: 0192
Conta : 35035-3
Favorecida: Liandra Ribeiro/Tarsila de Souza Aranha
CPF: 871.148.871-91
Por favor, se possível, avisem-nos caso façam algum depósito, para podermos acompanhar melhor as doações e para que possamos também incluí-los em nossa lista de colaboradores e enviar nossos agradecimentos.
Por favor divulguem, quanto mais pessoas se envolvem com o projeto mais lindo ele fica, e pode abraçar mais e mais crianças!!!
Agradecemos imensamente a colaboração de todos e apoio para que este lindo trabalho se mantenha vivo!
Tarsila
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Bazar Incrível para Mães e Filhos
Gente, esse é o melhor bazar da cidade, nesta categoria! É festa para os olhos! Além de coisas super bacanas para os nossos pimpolhos, você pode encontrar preços bem legais, pois essa edição é Outlet. Venha conferir! De 20 a 23 de Maio, das 10h às 20h.
E a Ciranda Infantil também vai estar por lá, com um montão de novidades!
quarta-feira, 31 de março de 2010
Babies
Vejam que lindo o trailer deste documentário que segue um ano na vida de 4 bebes em 4 cantos diferentes do mundo. É incrível que sejamos todos iguais e ao mesmo tempo tão diferentes!
http://www.youtube.com/watch?v=1vupEpNjCuY
Emilia e Tarsila
http://www.youtube.com/watch?v=1vupEpNjCuY
Emilia e Tarsila
sexta-feira, 5 de março de 2010
Relato parto Joana
Ainda movida pelo calor desta emoção, segue o relato do parto da nossa segunda filha - Joana.
Entramos, eu e ela, em trabalho de parto por volta de uma da manhã. Fiquei na cama, observando a freqüência e a intensidade das contrações. Uma hora depois, acordei o Michael, meu marido. As contrações nestas alturas já estavam bem fortes, e resolvi tomar um banho. Às três da manhã o Mi ligou para a minha mãe, Regina e também para a Dra Betina. As duas chegaram quase ao mesmo tempo, por volta das quatro. Pedi para a minha mãe arrumar a mala, caso tivéssemos que ir à maternidade. Dra. Betina, examinou-me e eu já estava com sete para oito cm de dilatação. Nossa! Estávamos evoluindo bem e rápido!! Ela falou que se quiséssemos usar a banheira, teríamos que começar a enchê-la naquele momento por ser um processo demorado (a banheira neste caso era uma piscina inflável de 500 litros)!
Então, o Mi foi acordar a Tarsila, amiga querida e vizinha, para com ela encherem a banheira usando uma mangueira a partir da sua cozinha, pela temperatura e pressão da água. E puxa daqui, enrosca de lá, e acabou que não deu certo. A banheira acabou sendo cheia, pela Tarsila, Deni (moça que trabalha na casa da Tá) e também pela minha mãe, com baldes e panelas e com as mangueiras vindas dos chuveiros dos banheiros da nossa casa (aliás, um deles acabou queimando).
Enquanto isso, com o dia já amanhecendo, eu continuava com as contrações cada vez mais fortes. Michael, depois de resolver as questões de como encher a banheira, voltou a ficar comigo. Sua presença foi maravilhosamente reconfortante e encorajadora!
Durante as contrações mais fortes dos últimos centímetros de dilatação, minha mãe ajudou muito com massagens nas costas, principalmente na lombar, usando um óleo de rosas. Também usei muito a bola de pilates, fazendo movimentos circulares e também uma pilha de travesseiros que usei para me debruçar por cima. Senti muito formigamento nas pernas e braços, talvez pela respiração que se tornou ofegante em alguns momentos. Para recuperar a energia, comi muitos picolés Chicabom! Caiu muito bem no trabalho de parto!!
Resolvemos entrar no chuveiro para dar uma relaxada. Uma água quentinha caindo nas costas ajuda muito.
As sete da manhã, chegou a Risoleide (moça que trabalha aqui em casa). Quando falaram para ela que eu estava para dar a luz em casa, ela se assustou e falou que queria ir embora.... que não queria ver ninguém “sofrendo”.... No fim acabou ficando, e ajudou muito, cuidando da infra estrutura da casa (almoço, limpeza, etc).
A Luiza acordou logo depois! Minha mãe acompanhou seu despertar, e levou-a para tomar café da manhã. Não perguntou por mim ou pelo pai. Perguntou apenas de quem era a voz que vinha do nosso quarto e quando a minha mãe falou que era da Dra Betina, parece que ela simplesmente já sabia que a Joana estava nascendo.
Nestas alturas, faltava realmente pouco para a Joana nascer! Às 7:20h, a bolsa estourou espontaneamente. Eu ainda estava no chuveiro, sentada num banquinho de parto (destes usados para parto normal) e incentivada pela Betina, senti a cabecinha da Joana já bem pertinho, quase saindo! Tarsila até cogitou não levar as crianças na escola, para não perder o parto... Mas foi convencida pela minha mãe, de que daria tempo e que seria melhor se eles estivessem fora toda a manhã.
Betina falou que se eu quisesse que a Joana nascesse na banheira, seria melhor a gente sair do chuveiro naquele momento. A banheira é usada sempre no final do trabalho de parto, já quase no expulsivo, para que o relaxamento obtido pelo contato com a água, não desacelere o ritmo das contrações. As contrações começaram a mudar, eram menos doloridas, e nesta hora já comecei a sentir também vontade de fazer força. Então às 7:50h resolvemos ir para a banheira que foi armada no quarto da Joana. No quarto dela, uma luz linda da manhã entrava pela janela. As cores da parede, aquarelada de amarelo e rosa, davam uma atmosfera de calor, paz e tranqüilidade.
Entramos, eu e Michael, dentro da banheira. A água quentinha era realmente relaxante! Percebi que as contrações mudaram de fato e a partir daí senti cada vez mais vontade de fazer força. Eu e o Mi achamos a melhor posição dentro da banheira e ficamos abraçados todo o tempo, fazendo força juntos para dar a luz a Joana.
Assim sua cabecinha veio saindo bem devagar. Em alguns momentos, apesar de saber que estava cada vez mais perto, parecia que ela não estava descendo quando olhava pelo espelhinho. Sim, pois a cabecinha vai mais para frente a cada contração e volta para trás outra vez quando a contração passa. E como eu só conseguia olhar pelo espelho quando a contrações passavam, tinha essa sensação de que estava tudo indo lento demais, pelo que estava sentindo. Entre uma contração e outra, aproveitava também para descansar. Nestas alturas, o pediatra Cacá, finalmente conseguiu chegar à nossa casa! Ufa!
Mesmo dentro da água, Betina, conseguia acompanhar os batimentos cardíacos da Joana. Ela desacelerava nas contrações, mas recuperava logo a freqüência normal. Porém depois de quase 1hora e meia de expulsivo, seu coração deu umas grandes desaceleradas. Betina achou que já estava na hora de nascer! E força, como fiz força! A passagem da Joana pelo canal de parto foi bem dolorida, pois alguns tecidos começaram a lacerar... E a força tinha que ser controlada para que não lacerasse ainda mais. Nesta hora senti de fato a força do próprio útero empurrando a Joana para fora, pois eu parava de fazer força e ela ainda continuava saindo.
Por fim, ela saiu de uma vez! E veio direto para o meu colo, com os olhos bem abertos, tranqüila, e não demorou muito começou chorar. E nós também!! Eu não conseguia acreditar que a nossa filhinha finalmente tinha chegado, do jeito que nós havíamos idealizado! Que era uma realidade! Joana havia nascido em casa, dentro da água, em seu quarto, em uma ambiente tranqüilo, harmonioso, caloroso, cheio de amor!
Ela nasceu com 48cm e 2.700kg, às 9:14 (horário de verão) da manhã ensolarada do dia 05 de fevereiro de 2010, sob o signo de Aquário.
Dentro da banheira ainda, com a Joana em nossos braços, olhávamos para ela encantados com tudo que tinha acabado de acontecer e com presença linda da nossa filha. Ela nasceu tão cheirosa! Lembro bem desse cheiro. Luiza também nasceu com esse perfume adocicado e suave! Foi colocada sobre ela, uma fralda e de tempos em tempos jogávamos água quente da banheira para que ela não perdesse calor. Esperamos o cordão parar de pulsar para cortá-lo. Seu suprimento de oxigênio que vinha através do cordão, foi garantido até o final. Sua pele foi ficando rosada aos poucos. Michael então resolveu colocar o dedo mindinho em sua boca e ela respondeu imediatamente sugando com força! Então, com a ajuda da minha mãe, sem perda de tempo, colocamos a Joana em meu peito. Eu tinha esquecido como os bebês sugam forte! E ela mamou lindamente, o que já nasceu sabendo fazer! O pediatra fez sua primeira avaliação com ela ainda dentro da banheira. Só depois de meia hora é que ela foi colocada no trocador para uma avaliação mais detalhada. Eu ainda continuei na banheira mais um pouco até que a placenta também saiu com uma ajudinha da Betina. Ela e minha mãe se admiraram com o tamanho da placenta, por ser muito pequena! Comparando, seria como do tamanho de uma manga grande.
Depois que sai da banheira, já vestida em um roupão, deitei-me na cama, com a Joana no peito. Betina foi cuidar das lacerações, que foram consideradas grandes, e dos pontos. A área foi anestesiada, mesmo assim fiquei nervosa! Morro de medo de injeções, agulhas e pontos!! Depois de um parto normal sem anestesia, fica até engraçado ter medo de agulha, mas eu sou assim, medrosa com essas coisas!
A área ficou sensível, dolorida e inchada e esses pontos incomodaram um pouco. Mas caíram tempos depois. E realmente não se compara com a recuperação de uma cesariana. Usei um spray anestésico chamado Andolba que ajudou bastante.
Depois disso, fui recuperar as energias comendo um delicioso almoço feito pela Riso. Tarsila foi buscar as crianças na escola ao meio dia. Luiza almoçou junto com o papai e a Dra Betina e finalmente veio conhecer a sua irmãzinha. E ficou encantada! Falou que a irmã era vermelhinha, bonitinha e engraçada! E perguntou se a Joana voltaria para a barriga! Nesta hora eu estava ainda sob os efeitos da adrenalina, mas já começava a vir um cansaço enorme! Então todos nós fomos dormir (eu, Michael, Joana e Luiza).
No fim do dia, Michael e Luiza enterraram a placenta no nosso jardim (não seria correto mandá-la para um aterro sanitário....), e florzinha amarelas brotaram por cima. Agradeceram mais uma vez pela VIDA e pela VINDA da Joana.
Ter um parto em casa foi, sem dúvida, maravilhoso, depois de uma primeira experiência hospitalar, onde o parto da Luiza acabou sendo uma cesariana necessária. Deste primeiro parto, aprendi minhas lições. Por mais que planejemos as coisas, elas sempre saem diferentes. Também aprendi que o foco não deve estar no parto em si, e sim na gestação e no nascimento de uma nova vida! Com esse parto em casa, também aconteceu assim. Não estávamos criando nenhuma expectativa. Sim, gostaríamos que o parto fosse em casa, mas não haveria frustração caso tivéssemos que ir para o hospital ou mesmo se houvesse a necessidade de uma outra cesariana. Assim, parece que acabei não sentindo aquela sensação de vitória, de mulher mais poderosa do mundo por ter conseguido um parto em casa, sem anestesia... Sei lá, o corpo da mulher foi preparado para isso! Talvez tenha sentido muito mais uma sensação parecida com vitória, no parto da Luiza, pois venci uma coisa de que realmente morro de medo, que é hospital e todas aquelas pessoas mascaradas vestidas de verde, com suas luvas e com seus bisturis!! Mas devo reafirmar, ainda bem que elas existem!!! E que existem os hospitais, a anestesia, a cesariana nos casos necessários!
Lógico que me senti extremamente feliz com esse parto! Mas estava realmente muito mais feliz, pela Joana. Por ela ter nascido saudável, perfeita e linda de olhos abertos para o mundo ao seu redor. Estava realmente feliz por ver aquele serzinho quente e perfumado cheio de vida sobre os nossos braços. Um verdadeiro milagre! Tudo é muito mágico! Parece que o universo se amplia e a gente se sente grande e pequeno ao mesmo tempo. Fora do ambiente hospitalar, a chegada do bebê é uma experiência visceral, animal, ao mesmo tempo parece ser mais profundamente uma experiência de completa comunhão. As dores que senti, a laceração, os pontos.... tudo fica quase inexistente, quando comparados à felicidade de ter vivenciado tudo isso ao lado da Joana. De termos passado por isso juntas!
Outro aspecto extremamente positivo do parto em casa, foi mesmo não termos saído daqui. Nada mudou na rotina da nossa casa. E pudemos desfrutar de estarmos todos juntos, eu, Michael, Luiza e Joana, todo o tempo. Luiza esteve sempre presente, sem mudar o seu dia-a-dia, indo e voltando da escola, comendo, indo tomar banho e dormir nos horários de costume. Sempre acompanhada da nossa presença. Isso foi realmente um presente.
E é fato que tudo aconteceu mais rápido! A Joana logo que nasceu já foi para o peito e pegou de primeira. O leite veio mais rápido e em grande quantidade e também rapidamente entrou em equilíbrio (produção e demanda). E foi mais rápida também a minha recuperação!
Assim queremos agradecer eternamente a Dra. Betina, por sua presença discreta, competência e firmeza durante o pré-natal, trabalho de parto e parto. Ao Cacá (pediatra), por seu zelo, carinho e simplicidade no atendimento pós-parto à Joana. Aprendemos muitas coisas válidas nos cuidados com o bebê com ele. À minha mãe querida, por estar sempre presente, também de forma discreta e participativa, ajudando desde a massagem preciosa nas costas, como na organização das coisas todas na nossa casa e nos primeiros cuidados com a Joana, além da atenção de sempre com a Luiza. Também por sua coragem em, junto com a gente, encarar o parto em casa, pois sempre nos incentivou em nossas decisões. E ela ainda fez lindas fotos do parto! Á Tarsila, que nos ajudou e nos ajuda sempre em tudo o que fazemos. Não foi diferente desta vez. Ela soube estar presente, com seu olhar observador, ajudando sempre em tudo, e ainda fazendo também lindas fotos e filmes. À Riso e a Deni por não abandonarem o barco e por ajudarem na infra. E todos os anjos e anjas que tornaram esse nascimento possível, tão perfeito e lindo para mim, para a Joana e Michael... enfim para todos nós!!
A todos, a nossa eterna gratidão!
PS.: Se posso falar ainda mais alguma coisa, além de tudo o que foi falado aqui, é: não deixem de exercitar seus períneos! MUITO!!!
Emilia, Michael, Luiza e Joana
Entramos, eu e ela, em trabalho de parto por volta de uma da manhã. Fiquei na cama, observando a freqüência e a intensidade das contrações. Uma hora depois, acordei o Michael, meu marido. As contrações nestas alturas já estavam bem fortes, e resolvi tomar um banho. Às três da manhã o Mi ligou para a minha mãe, Regina e também para a Dra Betina. As duas chegaram quase ao mesmo tempo, por volta das quatro. Pedi para a minha mãe arrumar a mala, caso tivéssemos que ir à maternidade. Dra. Betina, examinou-me e eu já estava com sete para oito cm de dilatação. Nossa! Estávamos evoluindo bem e rápido!! Ela falou que se quiséssemos usar a banheira, teríamos que começar a enchê-la naquele momento por ser um processo demorado (a banheira neste caso era uma piscina inflável de 500 litros)!
Então, o Mi foi acordar a Tarsila, amiga querida e vizinha, para com ela encherem a banheira usando uma mangueira a partir da sua cozinha, pela temperatura e pressão da água. E puxa daqui, enrosca de lá, e acabou que não deu certo. A banheira acabou sendo cheia, pela Tarsila, Deni (moça que trabalha na casa da Tá) e também pela minha mãe, com baldes e panelas e com as mangueiras vindas dos chuveiros dos banheiros da nossa casa (aliás, um deles acabou queimando).
Enquanto isso, com o dia já amanhecendo, eu continuava com as contrações cada vez mais fortes. Michael, depois de resolver as questões de como encher a banheira, voltou a ficar comigo. Sua presença foi maravilhosamente reconfortante e encorajadora!
Durante as contrações mais fortes dos últimos centímetros de dilatação, minha mãe ajudou muito com massagens nas costas, principalmente na lombar, usando um óleo de rosas. Também usei muito a bola de pilates, fazendo movimentos circulares e também uma pilha de travesseiros que usei para me debruçar por cima. Senti muito formigamento nas pernas e braços, talvez pela respiração que se tornou ofegante em alguns momentos. Para recuperar a energia, comi muitos picolés Chicabom! Caiu muito bem no trabalho de parto!!
Resolvemos entrar no chuveiro para dar uma relaxada. Uma água quentinha caindo nas costas ajuda muito.
As sete da manhã, chegou a Risoleide (moça que trabalha aqui em casa). Quando falaram para ela que eu estava para dar a luz em casa, ela se assustou e falou que queria ir embora.... que não queria ver ninguém “sofrendo”.... No fim acabou ficando, e ajudou muito, cuidando da infra estrutura da casa (almoço, limpeza, etc).
A Luiza acordou logo depois! Minha mãe acompanhou seu despertar, e levou-a para tomar café da manhã. Não perguntou por mim ou pelo pai. Perguntou apenas de quem era a voz que vinha do nosso quarto e quando a minha mãe falou que era da Dra Betina, parece que ela simplesmente já sabia que a Joana estava nascendo.
Nestas alturas, faltava realmente pouco para a Joana nascer! Às 7:20h, a bolsa estourou espontaneamente. Eu ainda estava no chuveiro, sentada num banquinho de parto (destes usados para parto normal) e incentivada pela Betina, senti a cabecinha da Joana já bem pertinho, quase saindo! Tarsila até cogitou não levar as crianças na escola, para não perder o parto... Mas foi convencida pela minha mãe, de que daria tempo e que seria melhor se eles estivessem fora toda a manhã.
Betina falou que se eu quisesse que a Joana nascesse na banheira, seria melhor a gente sair do chuveiro naquele momento. A banheira é usada sempre no final do trabalho de parto, já quase no expulsivo, para que o relaxamento obtido pelo contato com a água, não desacelere o ritmo das contrações. As contrações começaram a mudar, eram menos doloridas, e nesta hora já comecei a sentir também vontade de fazer força. Então às 7:50h resolvemos ir para a banheira que foi armada no quarto da Joana. No quarto dela, uma luz linda da manhã entrava pela janela. As cores da parede, aquarelada de amarelo e rosa, davam uma atmosfera de calor, paz e tranqüilidade.
Entramos, eu e Michael, dentro da banheira. A água quentinha era realmente relaxante! Percebi que as contrações mudaram de fato e a partir daí senti cada vez mais vontade de fazer força. Eu e o Mi achamos a melhor posição dentro da banheira e ficamos abraçados todo o tempo, fazendo força juntos para dar a luz a Joana.
Assim sua cabecinha veio saindo bem devagar. Em alguns momentos, apesar de saber que estava cada vez mais perto, parecia que ela não estava descendo quando olhava pelo espelhinho. Sim, pois a cabecinha vai mais para frente a cada contração e volta para trás outra vez quando a contração passa. E como eu só conseguia olhar pelo espelho quando a contrações passavam, tinha essa sensação de que estava tudo indo lento demais, pelo que estava sentindo. Entre uma contração e outra, aproveitava também para descansar. Nestas alturas, o pediatra Cacá, finalmente conseguiu chegar à nossa casa! Ufa!
Mesmo dentro da água, Betina, conseguia acompanhar os batimentos cardíacos da Joana. Ela desacelerava nas contrações, mas recuperava logo a freqüência normal. Porém depois de quase 1hora e meia de expulsivo, seu coração deu umas grandes desaceleradas. Betina achou que já estava na hora de nascer! E força, como fiz força! A passagem da Joana pelo canal de parto foi bem dolorida, pois alguns tecidos começaram a lacerar... E a força tinha que ser controlada para que não lacerasse ainda mais. Nesta hora senti de fato a força do próprio útero empurrando a Joana para fora, pois eu parava de fazer força e ela ainda continuava saindo.
Por fim, ela saiu de uma vez! E veio direto para o meu colo, com os olhos bem abertos, tranqüila, e não demorou muito começou chorar. E nós também!! Eu não conseguia acreditar que a nossa filhinha finalmente tinha chegado, do jeito que nós havíamos idealizado! Que era uma realidade! Joana havia nascido em casa, dentro da água, em seu quarto, em uma ambiente tranqüilo, harmonioso, caloroso, cheio de amor!
Ela nasceu com 48cm e 2.700kg, às 9:14 (horário de verão) da manhã ensolarada do dia 05 de fevereiro de 2010, sob o signo de Aquário.
Dentro da banheira ainda, com a Joana em nossos braços, olhávamos para ela encantados com tudo que tinha acabado de acontecer e com presença linda da nossa filha. Ela nasceu tão cheirosa! Lembro bem desse cheiro. Luiza também nasceu com esse perfume adocicado e suave! Foi colocada sobre ela, uma fralda e de tempos em tempos jogávamos água quente da banheira para que ela não perdesse calor. Esperamos o cordão parar de pulsar para cortá-lo. Seu suprimento de oxigênio que vinha através do cordão, foi garantido até o final. Sua pele foi ficando rosada aos poucos. Michael então resolveu colocar o dedo mindinho em sua boca e ela respondeu imediatamente sugando com força! Então, com a ajuda da minha mãe, sem perda de tempo, colocamos a Joana em meu peito. Eu tinha esquecido como os bebês sugam forte! E ela mamou lindamente, o que já nasceu sabendo fazer! O pediatra fez sua primeira avaliação com ela ainda dentro da banheira. Só depois de meia hora é que ela foi colocada no trocador para uma avaliação mais detalhada. Eu ainda continuei na banheira mais um pouco até que a placenta também saiu com uma ajudinha da Betina. Ela e minha mãe se admiraram com o tamanho da placenta, por ser muito pequena! Comparando, seria como do tamanho de uma manga grande.
Depois que sai da banheira, já vestida em um roupão, deitei-me na cama, com a Joana no peito. Betina foi cuidar das lacerações, que foram consideradas grandes, e dos pontos. A área foi anestesiada, mesmo assim fiquei nervosa! Morro de medo de injeções, agulhas e pontos!! Depois de um parto normal sem anestesia, fica até engraçado ter medo de agulha, mas eu sou assim, medrosa com essas coisas!
A área ficou sensível, dolorida e inchada e esses pontos incomodaram um pouco. Mas caíram tempos depois. E realmente não se compara com a recuperação de uma cesariana. Usei um spray anestésico chamado Andolba que ajudou bastante.
Depois disso, fui recuperar as energias comendo um delicioso almoço feito pela Riso. Tarsila foi buscar as crianças na escola ao meio dia. Luiza almoçou junto com o papai e a Dra Betina e finalmente veio conhecer a sua irmãzinha. E ficou encantada! Falou que a irmã era vermelhinha, bonitinha e engraçada! E perguntou se a Joana voltaria para a barriga! Nesta hora eu estava ainda sob os efeitos da adrenalina, mas já começava a vir um cansaço enorme! Então todos nós fomos dormir (eu, Michael, Joana e Luiza).
No fim do dia, Michael e Luiza enterraram a placenta no nosso jardim (não seria correto mandá-la para um aterro sanitário....), e florzinha amarelas brotaram por cima. Agradeceram mais uma vez pela VIDA e pela VINDA da Joana.
Ter um parto em casa foi, sem dúvida, maravilhoso, depois de uma primeira experiência hospitalar, onde o parto da Luiza acabou sendo uma cesariana necessária. Deste primeiro parto, aprendi minhas lições. Por mais que planejemos as coisas, elas sempre saem diferentes. Também aprendi que o foco não deve estar no parto em si, e sim na gestação e no nascimento de uma nova vida! Com esse parto em casa, também aconteceu assim. Não estávamos criando nenhuma expectativa. Sim, gostaríamos que o parto fosse em casa, mas não haveria frustração caso tivéssemos que ir para o hospital ou mesmo se houvesse a necessidade de uma outra cesariana. Assim, parece que acabei não sentindo aquela sensação de vitória, de mulher mais poderosa do mundo por ter conseguido um parto em casa, sem anestesia... Sei lá, o corpo da mulher foi preparado para isso! Talvez tenha sentido muito mais uma sensação parecida com vitória, no parto da Luiza, pois venci uma coisa de que realmente morro de medo, que é hospital e todas aquelas pessoas mascaradas vestidas de verde, com suas luvas e com seus bisturis!! Mas devo reafirmar, ainda bem que elas existem!!! E que existem os hospitais, a anestesia, a cesariana nos casos necessários!
Lógico que me senti extremamente feliz com esse parto! Mas estava realmente muito mais feliz, pela Joana. Por ela ter nascido saudável, perfeita e linda de olhos abertos para o mundo ao seu redor. Estava realmente feliz por ver aquele serzinho quente e perfumado cheio de vida sobre os nossos braços. Um verdadeiro milagre! Tudo é muito mágico! Parece que o universo se amplia e a gente se sente grande e pequeno ao mesmo tempo. Fora do ambiente hospitalar, a chegada do bebê é uma experiência visceral, animal, ao mesmo tempo parece ser mais profundamente uma experiência de completa comunhão. As dores que senti, a laceração, os pontos.... tudo fica quase inexistente, quando comparados à felicidade de ter vivenciado tudo isso ao lado da Joana. De termos passado por isso juntas!
Outro aspecto extremamente positivo do parto em casa, foi mesmo não termos saído daqui. Nada mudou na rotina da nossa casa. E pudemos desfrutar de estarmos todos juntos, eu, Michael, Luiza e Joana, todo o tempo. Luiza esteve sempre presente, sem mudar o seu dia-a-dia, indo e voltando da escola, comendo, indo tomar banho e dormir nos horários de costume. Sempre acompanhada da nossa presença. Isso foi realmente um presente.
E é fato que tudo aconteceu mais rápido! A Joana logo que nasceu já foi para o peito e pegou de primeira. O leite veio mais rápido e em grande quantidade e também rapidamente entrou em equilíbrio (produção e demanda). E foi mais rápida também a minha recuperação!
Assim queremos agradecer eternamente a Dra. Betina, por sua presença discreta, competência e firmeza durante o pré-natal, trabalho de parto e parto. Ao Cacá (pediatra), por seu zelo, carinho e simplicidade no atendimento pós-parto à Joana. Aprendemos muitas coisas válidas nos cuidados com o bebê com ele. À minha mãe querida, por estar sempre presente, também de forma discreta e participativa, ajudando desde a massagem preciosa nas costas, como na organização das coisas todas na nossa casa e nos primeiros cuidados com a Joana, além da atenção de sempre com a Luiza. Também por sua coragem em, junto com a gente, encarar o parto em casa, pois sempre nos incentivou em nossas decisões. E ela ainda fez lindas fotos do parto! Á Tarsila, que nos ajudou e nos ajuda sempre em tudo o que fazemos. Não foi diferente desta vez. Ela soube estar presente, com seu olhar observador, ajudando sempre em tudo, e ainda fazendo também lindas fotos e filmes. À Riso e a Deni por não abandonarem o barco e por ajudarem na infra. E todos os anjos e anjas que tornaram esse nascimento possível, tão perfeito e lindo para mim, para a Joana e Michael... enfim para todos nós!!
A todos, a nossa eterna gratidão!
PS.: Se posso falar ainda mais alguma coisa, além de tudo o que foi falado aqui, é: não deixem de exercitar seus períneos! MUITO!!!
Emilia, Michael, Luiza e Joana
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